AINH
Hoje é sexta-feira. A certeza da chegada é de quase 100%, mas quando será?
Como não há uma programação humana, pode ser ainda hoje, mas também, é claro, pode ser depois.
Amanhã? Hoje sei que sim. Eles também. Mas, e naquela época?
Falta apenas um dia. Na verdade, menos de um dia. Apenas algumas horas.
Agora falta menos de uma hora para chegar amanhã. Se bem que em outros lugares do mundo hoje já é amanhã, mas como ainda estou onde hoje é hoje, ainda tenho tempo para terminar esse texto de hoje. Se bem que não tenho certeza que conseguirei.
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Foi graças a eles que eu cheguei. É também graças a eles que estou aqui.
Lembranças, memórias são coisas fugazes, especialmente para mim. Será que o que lembro, do que lembro é de fotos, de histórias que me contam ou é de registros reais gravados em minha mente?
Não sei e não tenho como saber de verdade.
Sei de algo, entretanto, que me acalenta. Vendo fotos antigas e olhando para o meu coração combalido, que bate e se emociona quando penso neles, sei que, mesmo não lembrando de muito o que vivi ao lado deles, a emoção que brota em forma de lágrimas e de um nariz semicongestionado vem desses inúmeros e incontáveis momentos de amor profundo que compartilhamos; juntos e/ou separados.
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| Ela, Ele e Eu - Maio de 75 |
M A
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| Minha Mainha, antes de chegar, data desconhecida. |
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| Mainha e eu, após a chegada, Maio de 75 |
P O
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| Eu e Painho, Maio de 75, época do primeiro aniversário. |
O amor, esse incomparável sentimento, como todo mundo já disse, é quase impossível de ser descrito. Por isso mesmo não tentarei fazê-lo aqui.
As palavras que escrevo agora, banhadas pela mais profunda gratidão e encanto do não-lembrar dos momentos que vejo nestas pequenas fotos são suficientes para demonstrar a esse coração alegre e sentimental que, realmente, ser amado por alguém é algo indescritível.
Entretanto, quando somos nós aqueles que amamos alguém verdadeiramente, não há nada no mundo que segure a onda de mudança que isso proporciona.
Minha M A e meu P O. Tentei escrever essas próximas linhas diversas vezes e apaguei. A emoção não permite que eu me expresse de maneira apropriada. Entretanto, mesmo sem emoção, não sei se conseguiria me expressar adequadamente. Assim, agora vai do jeito que for.
Vocês são MAPO. Foram e ainda são uma boa parcela do meu mapa, do meu GPS. Sigo, ao pensar em vocês, o exemplo de vida, de integridade, de fortaleza, de sorriso, de choro, de abraço e de correção.
Hoje, sendo pai e avô, sei de tudo - ou quase tudo - que vocês passaram e viveram para que eu pudesse estar aqui escrevendo essas linhas de gratidão e Amor.
Quase 50 anos se passaram desde aquele 27 de Abril em que cheguei ao mundo novamente, para ter vocês como pais. As muitas incertezas, dificuldades, mas também as certezas e alegrias que vocês viveram, podem ter certeza que valeram a pena.
Sou apenas um dos que vocês colocaram no mundo e também por isso agradeço. Jamais caminhei ou caminharei sozinho, sempre terei alguém que vocês trouxeram para a minha vida! Devo isso também a vocês.
Na verdade, o que não devo aos dois, não é mesmo?
Vocês são, para mim
Meus Amores,
Pais Onipresentes,
Ampla Infinitude No Hoje.
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| Eu e Mainha, Outubro 2022 |
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| Eu e Painho, Novembro 2023 |
P.s.: não consegui terminar o texto hoje, só amanhã. Terminei no amanhã, mas sem ter parado de escrever. Acho que vocês entenderam.
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