Revisita

Falei recentemente que não podemos ficar presos no passado.

Imagem gerada por AI baseada em minhas descrições

Interessante esse conceito de passado e de ficar preso nele.

Qualquer música que ouvimos está no passado.

A música que ouviremos amanhã, quando a ouvirmos, já terá ficado para trás. E, mesmo que dela gostemos muito, e a ouçamos repetidamente, assim que terminarmos de ouvi-la, pronto, já é passado de novo.

Cliquei em um link hoje que fazia tempo que não clicava. O link para um blog em inglês que mantive ativo por pouquíssimo tempo e cujo último post foi publicado em 2010. Antes dele, teve uma postagem em 2009. E antes dele todos os outros em 2006 e 2005, quando comecei minha pequena aventura. Se tiver curiosidade, aqui está o link para Melogs.

Bom, mas o que me trouxe para escrever algo aqui foi o fato de ter me lembrado de uma tarde especial na primeira escola que estudei quando vim morar aqui. a escola se chama Bunker Hill Community College e foi lá que fiz os meus primeiros amigos não brasileiros desta vida.

Quantas boas lembranças e quanto aprendizado aqueles dois anos me propiciaram. 2005 e 2006 foram anos especiais, que ampliaram minha visão de mundo. Esses anos e essa experiência me fizeram olhar para o mundo com olhos mais cosmopolitanos, deixando velhos preconceitos de lado, abraçando novas culturas, conhecendo novas visões de mundo e fortalecendo antigos conceitos que se provaram precisos e necessários para boa convivência e construções duradouras.

Imagem gerada por AI baseada em minhas descrições

A postagem que me trouxe um monte dessas reflexões e lembranças, como estava dizendo acima, foi a de uma tarde especial quando ouvi uma cantora local se apresentar na escola e eu estava ali, bem pertinho, ouvindo, absorvendo, tentando deixar com que a experiência me enchesse a alma. E encheu.

O tempo fez aquela tarde ficar como pano de fundo de quem eu sou, mas reencontrar meu escrito e fotos daquele momento fizeram meio que me transportar para a magia daqueles poucos minutos - quiçá uma hora - em que estive ali, cercado de gente, mas ao mesmo tempo sozinho, como se estivéssemos apenas eu de plateia e a cantora e seu violão a tocar sua música que me encantava, que me encantou. Sara Wheeler é o nome dela. No post em inglês, postei essa foto abaixo.

Sara Wheeler em 2006 no BHCC

Não a tenho seguido, pois, como falei, essa história ficou realmente lá pra trás, mas corrigi esse erro hoje e cliquei para ver se ela ainda está fazendo música e ouvir o disco que ouvi na época e gostei bastante. 

Estou ouvindo o disco enquanto escrevo e percebo que continuo gostando, não apenas da voz dela, mas também da música que ela faz. primeiro estou ouvindo a música do passado distante, a música daquela época. Mais tarde ouvirei outras, de um passado mais recente, mas todas do passado.

Revisitar escritos, músicas, fotos, vídeos faz parte de nos tornarmos quem somos. Problema algum há em se fazer isso, pelo menos eu penso. Problema há se a gente ficar preso, enganchado, amarrado e amordaçado por um passado que teimamos em não largar e em não aceitar a mudança, que sempre acontece e acontecerá.

Aos meus professores, colegas e amigos daquela época - que provavelmente jamais lerão essas palavras, até porque apenas um deles falava português - agradeço profundamente tudo que pude aprender e ver a partir de seus olhos e experiências. Cito alguns nominalmente e outros ficam apenas na lembrança do coração e imagens cerebrais, já que muito foi apagado... Robert, Natalia, Se Myung Chang, Cristian, Juliana,  Cornelia, José, Donna, Betsy, dentre outros...

Muito, muito obrigado por fazerem parte de alguns meses nos dois primeiros anos de minha mudança para cá.

Imagem gerada por AI baseada em minhas descrições

Pensar bem o futuro é saber onde estão as bases fortes por onde caminhamos para poder pressioná-las e nos movermos adiante, olhando bem onde colocaremos nosso pé no passo seguinte.

Assim, podemos revisitar o passado, sem estar preso nele, mas seguros que é por causa dele que estamos onde estamos, para pior ou para melhor!

Mackenzie Melo
Escrito em 08 de Abril 2024
Postado em 09 de Abril 2024

P.s.1: estou escrevendo isso enquanto vejo, de vez em quando, as notícias do Grande Eclipse Americano (como os estadunidenses do norte o estão chamando por aqui). Infelizmente não poderei ver o eclipse total, já que não estamos em seu caminho, mas daqui a pouco irei lá fora para ver, pelo menos, o parcial, como vimos em 2007, aqui mesmo no trabalho.

P.s.2: acabei de ver o eclipse parcial, como em 2017. A foto ficou ruim, mas dá pra ver um reflexo em verde à direita de como ele realmente ficou.

Reflexo Invejoso do Eclipse Parcial do Sol - © 2024 - Mackenzie Melo

P.s.3: hoje é o aniversário de Benjamin Melo, meu sobrinho, filho do meu irmão Hendrick, o mais velho dos homens com Danielle Melo, sua esposa. Ele também tem um dos meus outros sobrinhos, Pietro Melo. Parabéns, Benjamin! Obrigado Hendrick e Dani por sobrinhos lindos!

P.s.4: hoje também é o aniversário de minha tia mais velha, por parte de mãe. Tia Adija. Primeira de 4 irmãs, ela é dona de uma alegria que contagia e tem uma mão para delícias que é incrível. As minhas outras tias são: Tia Arlete, Tia Arlene e, claro, minha Mainha, Adilene! Parabéns, tia e tias. Obrigado pelo amor de sempre!

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